Todos os dias faço o mesmo trajeto a caminho da empresa que trabalho. Da academia ando cerca de 30 minutos até a estação de trem da Cidade Universitária. De lá pego o trem até a Berrini e ando mais uns 10 minutos até o destino final.

Essa primeira caminhada até a Cidade Universitária é um dos momentos que mais gosto no dia. A rua é bastante arborizada e o fluxo de carros e pessoas, pelo menos até a Praça Pan-Americana, é super sossegado, o que torna a caminhada agradável. É nesse momento que planejo meu dia, sempre ouvindo música ou, não raramente, ouvindo um dos podcasts que escuto regularmente.

Esse também é o caminho mais fácil para chegar ao trabalho. Caso eu optasse (como já fiz algumas vezes) por um caminho alternativo (talvez para andar menos, como sei que muitas pessoas prefeririam) eu teria que pegar 3 trens (fazendo duas baldeações bem chatas: na Consolação/Paulista e em Pinheiros) ou pegar dois ônibus (o que aumentaria o tempo do trajeto em cerca de meia hora, com trânsito bom). Me sinto até privilegiado por, morando em São Paulo, fazer um caminho tão tranquilo para ir trabalhar todos os dias.

Na quarta-feira passada dois rapazes em uma moto me pararam para pedir informação. É, eu sei. Só de ler essa frase todos vocês já sabem que se trata de um assalto. Eu estava, como sempre, ouvindo alguma coisa no meu iPhone (e usando um fone não muito discreto) e nem vi quando a dupla se aproximou e pediu informação. Quando percebi, eles já estavam parados do meu lado, repetindo alguma coisa que eu não havia ouvido.

Tirei calmamente o fone e o rapaz que estava na garupa falou: “me dá o celular e vaza, como se não tivesse acontecido nada”.

Calmamente peguei o meu celular, que estava no bolso direito (onde também estavam minhas chaves e minha carteira com documentos e cartões), despluguei o fone e entreguei na mão dele. Depois vazei, como se não tivesse acontecido nada.

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Será que isso é ser melhor?